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O Lumen Festival de Cinema Independente do Rio de Janeiro anunciou hoje (14) os filmes selecionados para sua primeira edição. O evento, inteiramente gratuito, acontecerá de 8 a 15 de novembro de 2025, no Rio de Janeiro; e de 5 a 7 de dezembro, em Brasília. No Rio, o festival ocupará o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB-RJ); a Cinemateca do MAM; o Estação NET Rio, e no Cine Gomeia, em Duque de Caxias. Em Brasília, o tradicional Cine Brasília.

 

Com produções vindas de mais de 25 países e com passagens por festivais como Berlinale, FIDMarseille, TIFF, NYFF, BAFICI, Karlovy Vary e True/False, o Lumen Film Festival estreia no cenário brasileiro apresentando uma seleção que atravessa fronteiras entre ficção, documentário e ensaio. A programação revela um cinema que pensa o risco, o erro e a memória como matéria de criação, e propõe um encontro entre veteranos e novos autores, público e crítica.

 

Entre os destaques, estão filmes de grandes nomes do cinema independente, como Rita Azevedo Gomes, James Benning, Alex Cox e Camilo Restrepo. A programação brasileira também chega vigorosa com Guto Parente, Maria Clara Escobar, Gustavo Jahn, Fábio Rogério e outros.

 

“O Lumen é um espaço para cineastas que, por diversos motivos, não chegam ao grande circuito ou aos cinemas de modo geral. Nossa proposta é levar filmes independentes para todo tipo de público”, afirma o curador e co-diretor do festival Pedro Tavares. “A seleção da primeira edição garante um panorama mundial do que é feito no cinema além das salas comerciais. Filmes de diversos países, entre diretores consagrados e iniciantes, que passaram em grandes festivais ou em nenhum. O importante para nós é levar este cinema às pessoas, apresentar ao público que existe um cenário além do que conhecemos das salas de cinema de arte e que, aos poucos, estes cineastas ganhem seu devido reconhecimento", diz.

 

Essa é a proposta do Lumen, trazer ao público o cinema fora do óbvio, apostando em produções que representam a força inventiva do cinema independente contemporâneo. Como um festival que aproxima público e criadores, abrindo espaço para novos talentos e obras experimentais, seu objetivo é ampliar o alcance dessas produções e fortalecer o audiovisual.

 

Além das exibições, o evento contará ainda com atividades paralelas como masterclass e um ambiente de mercado, o Lumen Indústria. Com o tema “A Arte do Erro”, a atividade reunirá profissionais da área no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro para refletir sobre o mercado do audiovisual, abordando desenvolvimento, produção e distribuição sem se limitar a modelos consolidados.

 

Abertura e encerramento

 

Dirigido por Guto Parente, apresentado no FID 2025 e vencedor do prêmio da crítica no Festival de Brasília deste ano, Morte e Vida Madalena abre o Lumen com uma comédia que transforma o colapso em invenção. À beira do parto e cercada pelo caos de uma produção em ruína, sua protagonista tenta finalizar o filme deixado pelo pai, fazendo do luto, da burocracia e do delírio um motor criativo. Uma abertura que ri do próprio desespero e afirma o festival como lugar onde o absurdo vira gesto de criação.

 

O filme que encerra o festival é Apenas Coisas Boas, de Daniel Nolasco, ganhador do prêmio de melhor roteiro no festival Olhar de Cinema 2025. Passado no interior de Goiás, o filme se apropria de ícones queer para desconstuir padrões e criar uma história de amor que se transforma em suspense e indefinição. As suas sessões são duplas, com os curtas brasileiros Em Busca de S., de Gustavo de Mattos Jahn e Instruções para o Barco, de Vinicius Dratovsky, respectivamente.

 

Mostra Competitiva Internacional - Longas

 

A seleção internacional do Lumen reúne títulos que circularam recentemente pelos principais festivais do mundo. São filmes que exploram fronteiras, com apostas em novas linguagens e modos de produção autoral.

 

O vencedor do FID 2025, Fuck the Polis, de Rita Azevedo Gomes, percorre as ilhas gregas em uma jornada entre mito, ruína e permanência, tensionando a relação entre relato pessoal e tradição ancestral. Do mesmo festival, o venezuelano Capítulos Perdidos, de Lorena Alvarado, investiga o desaparecimento de um escritor através de rastros familiares e lacunas da memória cultural, em um país atravessado por apagamentos históricos.

 

que afirma o lugar do cinema ensaístico na programação do Lumen, outro destaque do festival é Little Boy, de James Benning. Vencedor do Cinéma du Réel 2025 e companheiro tardio de American Dreams (lost and found) (1984), o filme olha o trauma nuclear a partir da imaginação de uma criança, convertendo a infância em forma de advertência histórica.

 

Do Canadá, Alavancas, de Rhayne Vermette, exibido no TIFF e no NYFF de 2025, acompanha uma comunidade de Manitoba após um apagão, observando como a escuridão reorganiza vínculos e percepções do cotidiano. Já Almas Mortas, de Alex Cox, apresentado na Mostra de São Paulo, transpõe o romance de Nikolai Gogol para um western farsesco sobre identidades nacionais e ressurgimentos espectrais.

 

A Canção de Suzanne Césaire, de Madeleine Hunt-Ehrlich, com passagem por Locarno 2024, revisita os escritos da pensadora martinicana Suzanne Césaire para articular maternidade, decolonização e imaginação literária. Canções do Oriente, de Matthew Wolkow e Jean-Jacques Martinod, premiado no True/False 2025, constrói uma correspondência fragmentada entre viagem, arquivo e ecologia de afetos.

 

Da Ásia, o armeno Assim Falou o Vento, de Maria Rigel, exibido em Karlovy Vary 2025, retrata o retorno de uma jovem a uma aldeia marcada por ressentimento e silêncio, enquanto o georgiano Santa Eletricidade, de Tato Kotetishvili, vencedor em Locarno 2024, acompanha dois jovens que transformam sucata em símbolos religiosos nos arredores de Tbilisi. Do Japão, Ulysses, de Hikaru Uwagawa, apresentado no FID 2024, entrelaça histórias em diferentes países para refletir sobre pertencimento e deslocamento. Já A Ilha do Navio do estreante chinês Wang Di, selecionado para o festival de Tóquio, acompanha em tom onírico os efeitos do tempo nas relações.

 

Do cinema ensaístico norte-americano, Evidência, de Lee Anne Schmitt, vencedor do Cinéma du Réel 2025, confronta os legados industriais da Olin Corporation e os efeitos do financiamento conservador na cultura e na política dos Estados Unidos. E entre os gestos mais radicais da seleção está o canadense Filme Castração I: Traps, de Louise Weard, exibido no Frameline 2025 e laureado com o prêmio do júri, um épico de mais de quatro horas sobre corpo, dor e autodeterminação. 

 

Mostra Competitiva Internacional – Curtas

 

Na mostra competitiva internacional de curtas-metragens, a síntese e o risco formal conduzem narrativas atravessadas por luto, deslocamento e ruptura. Entre os destaques está Loynes, de Dorian Jespers. Exibido na Quinzena de Realizadores em Cannes, o filme encena o julgamento de um cadáver anônimo na Liverpool vitoriana, em um tribunal kafkiano que busca identidade onde só resta ficção.

 

Do Festival de Málaga, chega o premiado Um Mergulho em Água Fria, da portuguesa Raquel Loureiro Marques, resgatando imagens para entender o passado. Em outra chave, mais sombria, o passado também é o tema da produção chilena Língua Morta, de José Jiménez, que estreou no FID 2025.

 

Também vem de lá o palestino Anatomia do Controle, de Mahmoud Alhaj. O filme aborda a tecnologia por trás da violência em Gaza. Mais metafórico, após passar pelos Festival de Toronto e Cinèma du Réel, Notas de um Crocodilo, de Daphne Xu, fala sobre perda e desolcamento.

 

No alemão A Cidade e suas Pedras, de Maximilien Luc Proctor, tempos e suportes colidem num ensaio arqueológico sobre as cidades que permanecem em ruína. Do mesmo país e com passagem pelo IndieLisboa, Nina em uma Série de Encontros, de Sophie Gmeiner, acompanha uma personagem que não pertence mais a lugar algum, entre encontros triviais e epifanias discretas.

 

Folhagem (2025), de Faye Shu, observa dois jovens à beira da vida adulta em sua última caminhada universitária, num retrato melancólico. Já o chinês Mente em Devaneio, de Guan Huang, desloca o tempo entre sonho e vigília, diante de uma protagonista que nunca se embriaga, apenas observa; o mesmo diretor apresenta Do Ruído ao Sinal (China, 2025), um exercício de uma só tomada DV sobre a falha da imagem e do som.

 

Do cinema grego marginal, Sonhamos com Lugares que Não Existem Mais, de Giorgos Efthimiou, revisita uma fábrica demolida em Elaionas para perguntar por que os espaços da liberdade desaparecem. Já Diga-me Porquê, de Roger Deutsch, projeta um futuro pós-erupção vulcânica, onde o último trem atravessa um continente em ruínas.

 

Mostra Competitiva Nacional – Longas

 

Além das estreias mundiais, o Lumen destaca obras brasileiras inéditas ou que já circularam pelos principais festivais do país, reafirmando a vitalidade de um cinema que transita entre o íntimo, o político e o experimental.

 

Filme de Areia, de Alberto Mauad, acompanha em tom anedótico uma jovem burguesa da zona sul carioca em processo de redescobertas e amadurecimento emocional. Da juventude em tensão às margens das cidades, Kickflip, de Lucca Filippin, exibido na Mostra de Tiradentes e no FICValdivia, acompanha um adolescente que aprende a cair para seguir em frente, enquanto seu melhor amigo grava cada instabilidade em vídeo. 

 

Também da Mostra de Tiradentes, a fabulação poética se impõe em Cartografia das Ondas, de Heloisa Machado, filme que embaralha realidade e ficção ao transformar o ato de escrever em fábula encarnada. Do Olhar de Cinema, em Idade da Pedra, de Renan Rovida, um homem vagueia por uma São Paulo espectral, sobrevivendo apenas pela imaginação. Em chave distópica, Jamex e o Fim do Medo, de Ramon Coutinho, chega do Panorama Coisa de Cinema, mergulhando em uma Salvador radioativa, onde o artista enfrenta a extinção no limite entre delírio e profecia.

 

Nos territórios mais radicais do autorretrato, o vencedor da Mostra Aurora, da Mostra de Tiradentes, Um Minuto é uma Eternidade para Quem Está Sofrendo, de Wesley Pereira de Castro e Fábio Rogério, transforma confissão em ritual, cruzando pornografia, religião e literatura como pulsões de resistência. 

 

Explode São Paulo, Gil, de Maria Clara Escobar e exibido no Olhar de Cinema e no DocLisboa, narra o encontro destrutivo entre sonho e realidade através da vida de Gil, aspirante a cantora, mas trabalha como faxineira. Já Um Túnel no Fim da Luz, de Lucca Girardi, reúne quatro atrizes à beira de um colapso coletivo, invocando forças misteriosas enquanto a cidade mergulha na escuridão.

 

Completa a lista da Mostra Competitiva Nacional de Longas Dragkiller, de Johnny Victor, que acompanha uma reporter que em uma investigação de assassinato e descobre os segredos sobrios da cidade.

 

Mostra Competitiva Nacional – Curtas

 

A produção brasileira em curta-metragem revela uma geração que revisita história, memória e afetos com forte pulsão experimental. Entre os destaques estão Do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, de Weyna Macêdo, Lucas Parente, Adeciany Castro e Mariana Smith, onde a reconstrução da comunidade destruída no sertão cearense é filmada em 16mm vencido, evocando tanto o misticismo beato quanto a materialidade da película. 

 

Em Um Novo Balancê, de Bernardo Camara, cinco amigos em pleno Carnaval encaram o desaparecimento de um deles, numa fábula de inquietação e pertencimento, exibida na Mostra de Tiradentes. Já Núbia, de Barbara Bello, vencedor no FENDA e Noturno Recife, mergulha em paisagens de carne e estrada, entre manchas e travessias. No campo da memória coletiva, Roberto Baggio, de Henrique Cartaxo, revisita o Brasil da Copa de 94 para reencenar um país em formação pelas imagens de TV.

 

Sessões Especiais

 

As Sessões Especiais do Lumen reúnem obras que fazem da memória e do gesto cinematográfico um ato de reflexão, seja revisitando arquivos, homenageando mestres ou desafiando fronteiras entre documento e performance.

 

Entre os filmes selecionados estão Filme Demência (1986), de Carlos Reichenbach, o festival resgata um marco do cinema marginal brasileiro, onde delírio e desejo se cruzam em um labirinto de corpos e cidades – um retorno necessário ao imaginário que moldou gerações. Na mesma chave de arquivo afetivo, Nós Somos o Fugazi de Washington D.C. (IndieLisboa 2024), de Joe Gross e Jeff Krulik, reconstrói a história de uma banda por meio da memória dos fãs, transformando cultura underground em mito compartilhado.

 

Em registro ensaístico, os curtas Notas Para o Abismo e Tardes em Tânger e o média-metragem, Cartas do Absurdo (Berlinale 2025), de Gabraz Sanna, propõem um cinema epistolar e inquieto, onde as imagens não respondem, mas perguntam. As cartas também estão presentes em Quando o Sangue Flui, de Cainã de Paulo e Pedro Valle, que mistura obsessão e antropofagia. Já em Ensaios de Cinema, de Cavi Borges e Patricia Niedermeier, o fazer cinematográfico se torna performance – um laboratório sobre como filmar, habitar e expor o processo.

 

Sobre o Lumen

 

O Lumen - Festival de Cinema Independente do Rio de Janeiro tem como objetivo trazer ao público produções independentes que dificilmente encontram espaço nos circuitos tradicionais, além de promover encontros, masterclass e debates para troca de ideias e experiências sobre o tema.

 

Com direção de Pedro Tavares, Waleska Antunes e Gabriel Papaléo, o evento ainda conta com Raphaela Leite, Pedro Gonçalves Ribeiro, Alice Godoy, João Pedro Santos e Fernanda Eda Paz em sua equipe.

 

O evento acontecerá de 8 a 15 de novembro no Rio de Janeiro, com uma itinerância em Brasília, de 5 a 7 de dezembro. A programação é gratuita.

 

O Lumen é produzido pela 7 a 1 Filmes e pela Primeiro Andar, em parceria com Gomeia Galpão Criativo, Filmchief, Embaúba Filmes, Grupo Estação, PitchLab, e Abraccine. Conta ainda com apoio institucional dos Centro Cultural Banco do Brasil, Cinemateca do MAM, Cinemateca Brasileira, Sociedade Amigos da Cinemateca, Cine Brasília, Box Cultural, Secretaria de Cultura e Economia Criativa; e com o apoio de divulgação dos Canal Curta!, Canal Like e Wam Publicidade. 

O festival não possui patrocinadores. Para apoiar o evento acesse www.lumenfilmfestival.com/campanha

 

Serviço

 

Lumen Film Festival 2025
Rio de Janeiro: 8 a 15 de novembro
Brasília: 5 a 7 de dezembro
Lumen Indústria: 14 de novembro — Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
 
Programação gratuita

 

Mais informações: lumenfilmfestival.com
Instagram: @lumenfilmfestival

 

Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro
Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Contato: 21 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br
Mais informações em bb.com.br/cultura

Siga o CCBB nas redes sociais:
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Funcionamento: De quarta a segunda, das 9h às 20h (fecha às terças).
Atenção: Domingos, das 8h às 9h – horário exclusivo para pessoas com deficiências intelectuais e/ou mentais e acompanhantes (Lei Municipal nº 6.278/2017).

 

Cinemateca MAM Rio
Av. Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro (RJ)
Contato: 21 3883-5600
Mais informações: mam.rio/cinemateca
Instagram: @mam.rio

 

Estação NET Rio
Rua Voluntários da Pátria, 35 – Botafogo, Rio de Janeiro (RJ)
Contato: (21) 2146-7975
Mais informações: grupoestacao.com.br
Instagram: @estacaonetdecinema

 

CineTeatro Gomeia Galpão Criativo
R. Dr. Lauro Neiva, 32, Jardim Vinte e Cinco de Agosto, Duque de Caxias (RJ)
Contato: gomeiagalpao@gmail.com
Mais informações: gomeia.com.br
Instagram: @gomeiagalpaocriativo

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